Tensões comerciais entre União Europeia e China se intensificam
A escalada das tensões comerciais foi desencadeada pela decisão da UE de considerar a imposição de tarifas sobre os veículos elétricos chineses. Entenda o caso.
Pequim anunciou uma nova investigação sobre as importações de produtos lácteos provenientes da União Europeia, em uma medida que ocorre apenas um dia após a UE sinalizar a intenção de aplicar tarifas de até 36,6% sobre veículos elétricos produzidos na China. A decisão, divulgada pelo Ministério do Comércio chinês em 21 de agosto, reflete um agravamento das tensões comerciais entre o bloco europeu e o gigante asiático.
A investigação antidumping, que tem como alvo queijos frescos e processados, além de certos produtos de leite e creme importados da UE, deverá durar até um ano, com a possibilidade de extensão por mais seis meses, segundo comunicado do Ministério do Comércio da China. A medida foi solicitada por duas associações industriais chinesas, a Associação de Laticínios da China e a Associação da Indústria de Laticínios da China, que apresentaram o pedido formal no final de julho.
O Ministério do Comércio chinês indicou que o inquérito abrangerá 20 projetos de subsídios concedidos a diversos países da UE, incluindo Áustria, Bélgica, Croácia, República Tcheca, Finlândia, Itália, Irlanda e Romênia. Em resposta, a Comissão Europeia declarou que “tomou nota” da nova investigação e que analisará o caso em estreita coordenação com a indústria europeia e os estados-membros.
“O setor de laticínios da UE e a Política Agrícola Comum serão firmemente defendidos”, afirmou Olof Gill, porta-voz comercial da Comissão, acrescentando que a investigação deve respeitar as regras da Organização Mundial do Comércio.
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A escalada das tensões entre as duas potências comerciais foi desencadeada pela decisão da UE de considerar a imposição de tarifas sobre os veículos elétricos chineses, em resposta ao que Bruxelas considera ser uma competição desleal, favorecida por subsídios estatais substanciais concedidos pelo governo chinês às suas montadoras. A investigação europeia, que ainda está em andamento, deverá ser concluída nos próximos dois meses, e as tarifas, se aprovadas pela maioria dos 27 estados-membros da UE, poderão vigorar por até cinco anos.
Após ação da União Europeia, Pequim intensifica retaliações comerciais
Especialistas interpretam a nova investigação sobre produtos lácteos como uma estratégia de pressão por parte da China, em meio às disputas comerciais com a Europa. Sun Kuo-hsiang, professor de relações internacionais da Universidade de Nanhua, em Taiwan, avaliou a ação de Pequim como uma tentativa de dissuadir a UE de prosseguir com as tarifas sobre os veículos elétricos. “O setor de veículos elétricos é estratégico para a China, e qualquer medida da UE que reduza a competitividade chinesa nesse mercado pode gerar impactos significativos”, afirmou Sun ao jornal norte-americano The Epoch Times.
Essa investigação é a mais recente de uma série de medidas adotadas por Pequim contra produtos europeus. Menos de dois meses antes, a China havia iniciado uma investigação similar sobre a importação de carne suína da UE, além de examinar as importações de brandy, com foco especial no conhaque francês.
Escalada da guerra comercial entre União Europeia e China
Josep Borrell, alto representante da UE para Assuntos Externos, alertou que uma guerra comercial com a China pode ser inevitável, mesmo que não seja do interesse de Bruxelas. “Não devemos ser ingênuos, e entrar em uma guerra comercial com a China não é nosso objetivo, mas talvez seja inevitável”, declarou Borrell durante um seminário na Espanha, em 20 de agosto.
Com a crescente pressão dos Estados Unidos sobre os veículos elétricos chineses, Borrell expressou preocupação de que os fabricantes chineses redirecionem seu foco para o mercado europeu, o que poderia exacerbar os problemas de competitividade dentro da UE. “Os Estados Unidos não nos consultam quando proíbem a importação de carros chineses. Se esses veículos não forem para lá, certamente virão para o mercado europeu, criando novos desafios para nossa indústria”, concluiu Borrell.
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Ficar nas mãos da China é muito perigoso.
Olha, estou torcendo pela briga!! hehehehehe