Rio Grande do Sul: população constrói ponte para socorrer vítimas da enchente
O Brasil profundo resplandece sem a mão corrupta e criminosa do Estado
Há tanto simbolismo a ser traduzido nesse acontecimento que não sei ao certo por onde começar. Faço questão de escrever em primeira pessoa e não deixar essa matéria com “características jornalísticas”. Não é um texto impessoal, mas um coração emocionado registrado em palavras.
A população da cidadezinha de Nova Roma, interior da serra gaúcha, não quis saber de sentar e esperar pelo assistencialismo do Estado: a população dobrou as mangas e construíu em 138 dias uma nova ponte que substituiria a antiga e histórica que ali existia, mas que fora destruída pela enchente.
Sociedades que marcaram a humanidade são conhecidas não só pela preservação do passado, mas também pela construção de novos símbolos que mantém os antigos sinais que são destruídos por motivos mil. No caso dessa cidade, o amor pelo passado que preservou a antiga ponte até o dia de sua destruição na enchente não parou com nos escombros da tragédia. Esse amor foi capaz de construir uma nova.
Não se trata apenas de uma substituição material de um meio de locomoção e infraestrutura local, mas do retrato de um povo - a imagem mais fidedigna do brasileiro real - que não espera sentado pelo “papai Estado”. A expectativa do grupo que mobilizou-se para a construção da nova ponte era arrecadar R$ 6 milhões para a obra. Contudo, a mobilização superou a meta, totalizando R$ 7 milhões arrecadados.
Assista abaixo ao vídeo sobre a construção desse ato mais brasileiro que podemos conhecer:
Para o pedreiro Vicente Cadorin, a experiência foi emocionante, pois “todo mundo colaborou, ajudou e foi muito bacana. Valeu a pena”. Na região, algumas das ações de arrecadação foram festas comunitárias, rifas, doações diretas e eventos beneficentes. Um feito desse é a materialização do hino do Rio Grande do Sul:
Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda TerraDe modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra
E o motivo que leva o povo gaúcho, orgulhoso de ser brasileiro, ser de fato um modelo é a estrofe que antecede ao trecho do hino que coloquei acima. O gaúcho não quer ser escravo:
Mas não basta, pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Se o povo brasileiro aprender a força que tem, será livre de qualquer tirania.
Viva o gaúcho! Viva o Rio Grande do Sul! Viva o povo brasileiro! Viva o Brasil!
"Sirvam nossas facanhas, de modelo a toda terra!"
Apesar de ter me naturalizado Americano, tenho muito orgulho de antes de tudo, ser Gaucho e Brasileiro.
Meu filho mais velho tambem e Gaucho, e apesar de ter morado no Brasil somente ate os 5 anos de idade, sempre teve curiosidade de conhecer a historia e a cultura de nossa terra.
Hoje ele serve os Estados Unidos no Marine Corps. Para que nao sabe, os Marines tem o costume de fazerem tatuagens no corpo.
Mesmo sabendo do seu orgulho de ser Gaucho e Brasileiro, para nossa surpresa, um certo dia ele apareceu com a sua primeira tatuagem contendo exatamente esta parte do hino do Rio-Grandense: "Sirvam nossas facanhas de modelo a toda terra"!
Que orgulho de ser gaucho, e quanto orgulho do meu filho!
O povo gaúcho é realmente diferenciado e já fez muito para manter a unidade de nosso território. Merecem todo o nosso e fazem jus a governos melhores.