Quem acredita na “pacificação”?

Discurso de “pacificação” para evitar algo pior, irá evitar algo pior?

O ex-presidente Jair Bolsonaro, perseguido político que sequer perdeu as últimas eleições, disse em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro que conversou com Michel Temer. Bolsonaro preferiu não comentar o conteúdo da conversa e pediu aos jornalistas que não tocassem no assunto, restringindo-se a dizer que “era para o bem do Brasil”.

Os jornais pró-regime não perderam tempo e “noticiaram” o que seria o suposto teor da conversa. A CNN relatou o fato dizendo que Bolsonaro e Michel Temer “estiveram juntos em São Paulo, há cerca de dez dias, e conversaram sobre o ato realizado neste domingo (25) na Avenida Paulista”. E que “fontes próximas aos dois ex-presidentes” informaram que durou cerca de duas horas e que Bolsonaro ouviu que o discurso deveria pregar por “pacificação” e mencionar eleições.

“Seu habeas corpus é a sua palavra”, teria dito Temer a Bolsonaro, conforme a CNN.

O criminoso do MDB teria “alertado” que desta vez, caso as declarações “fugissem do controle”, não teria “uma nova carta”, em referência à ajuda que Temer deu a Bolsonaro quando o então presidente, na manifestação na Avenida Paulista em 2021, afirmou que não cumpriria mais decisões de Moraes, a quem chamou de “canalha”.

De fato, Bolsonaro afirmou que não teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e justificou-se de que suas palavras “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

Depois da conversa com Temer, outros aliados, a exemplo do governador Tarcísio de Freitas e de Fábio Wajngarten, que também é advogado do ex-presidente, entraram em campo para levar as expectativas do ato a ministros do Supremo, sob a promessa de que não haveria discurso inflamado nem ataques ao tribunal.

Após o ato, Bolsonaro teria agradecido a Temer pela ajuda e demonstrou estar satisfeito com o resultado da manifestação.

Em poucos dias, Moraes voltou a encarcerar pessoas sem o devido processo legal. Um discurso em vista de uma “pacificação” para evitar algo pior, irá evitar algo pior? Quem ainda acredita em pacificação com o psicopata do Moraes?

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