Procuradora-Geral do Equador, Diana Salazar, alerta para infiltração do narcotráfico em instituições estatais
As declarações surgem no contexto de uma crise que eclodiu recentemente e levou o presidente equatoriano, Daniel Noboa, a reconhecer a existência de um "conflito armado interno".
A procuradora-geral do Equador, Diana Salazar, revelou aos jornais que considerável parte das estruturas estatais do país foi infiltrada por organizações criminosas comandadas pelos cartes do narcotráfico que atuam no Equador.
Salazar, ao citar o caso Metástasis, destacou como este expôs uma possível trama de corrupção judicial, policial e carcerária em favor de estruturas criminosas. O caso, ocorrido no final do ano passado, durante uma investigação sobre o suposto narcotraficante Leandro Norero, assassinado em 2022 na prisão de Latacunga, revelou a extensão da infiltração do crime organizado em diversas instituições estatais, principalmente no judiciário local.
"A Metástasis é um claro raio-x de como o crime organizado permeou muitas instituições do Estado. Nesse caso, temos réus do Tribunal Nacional e dos tribunais de justiça provinciais, do Conselho Judiciário, da Polícia Nacional, do Ministério Público, advogados, particulares e outros, todos trabalhando em troca de dinheiro do narcotráfico", afirmou Salazar em comunicado escrito.
Ameaças à Procuradora-Geral
Diana Salazar não apenas denunciou a infiltração do narcotráfico em setores estatais como também expôs a situação de risco pessoal que enfrenta. A procuradora-geral relatou ameaças de morte e um plano para assassiná-la, revelando um cenário de intimidação que se estende a outros profissionais, incluindo o promotor César Suárez, assassinado em janeiro.
"É como viver em prisão domiciliar. Já repeti isso várias vezes, não porque devo alguma coisa a alguém, mas porque os delinquentes querem vingança. Mas tenho fé que tudo ficará bem", comentou Salazar.
Ação e Cooperação Internacional
Apesar dos desafios enfrentados, a procuradora-geral enfatizou a importância de agir para superar a difícil situação. Salazar destacou que a maioria das instituições estatais não foi corrompida pelo narcotráfico, e a ação coordenada pode reverter a situação.
Ao abordar a cooperação internacional, Salazar agradeceu o apoio internacional e destacou a importância da colaboração entre os Estados no combate ao crime organizado transnacional. A procuradora-geral mencionou o recente sucesso na cooperação com a Espanha contra a máfia albanesa, resultando na desarticulação de um esquema de tráfico de drogas para a Europa.
Diana Salazar reforçou o compromisso do Ministério Público em investigar todas as alegações, garantindo que "ninguém está acima da lei".
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