Montadoras ainda não sabem impacto das enchentes do RS e isso pode afetar mercado nacional
Volkswagen anunciou na última segunda-feira (20/05) férias coletivas de dez dias para funcionários das fábricas da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São Carlos (SP).
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, declarou na última terça-feira (21/05) que ainda não é possível determinar os impactos das inundações no Rio Grande do Sul sobre a indústria automobilística.
“Está difícil inclusive acessar essas empresas. Em alguns fornecedores e empresas, a gente sequer sabe a profundidade do que ocorreu e, muitas vezes, nem eles mesmos sabem. Nesse momento, a gente não tem como avaliar a situação com maiores detalhes”, disse Lima Leite.
Apesar da incerteza, Márcio de Lima Leite ressaltou que, até o momento, o setor automobilístico não enfrentou problemas graves de produção devido às enchentes. “Até agora, não foi um problema tão dramático, a questão está se conseguindo organizar com alguns itens de estoque. Mas, infelizmente, nós não temos um raio-X e uma radiografia tão precisa quanto nós gostaríamos”, afirmou.
De acordo com a Anfavea, o Rio Grande do Sul representa 7,5% do mercado de veículos automotores do país e é origem de cerca de 5% dos componentes comprados pelas fabricantes brasileiras.
A Volkswagen anunciou nesta última segunda-feira (20/05) férias coletivas de dez dias para funcionários das fábricas da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP) e São Carlos (SP). Segundo a montadora, a paralisação é decorrente do impacto na produção causado pelos alagamentos no Rio Grande do Sul. “Alguns fornecedores de peças da Volkswagen do Brasil, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir nesse momento”, afirmou a empresa em comunicado.
Lima Leite também expressou preocupação com a proximidade do fim do prazo para a votação, no Congresso Nacional, do Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
Lançado por medida provisória publicada em 31 de dezembro de 2023, o Mover precisa ser aprovado pelos deputados e senadores até o final do mês para não perder a validade. O programa visa reduzir a emissão de carbono na frota nacional e prevê que veículos com inovações tecnológicas poderão ter menor Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“Há uma expectativa muito grande [pela aprovação do programa]. Mais do que expectativa, uma necessidade. Nós temos uma preocupação para que não ocorra a ruptura de prazo ou quebra de prazo, porque a medida provisória expira em 30 de maio”, disse Leite em entrevista na sede da Anfavea, na capital paulista.
Na noite desta última segunda-feira (20/05), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que os líderes decidiram votar o programa nesta quarta-feira (22/05).
Nossa, esse desastre afetou todo o país, menos a esquerdalha, que aplaude o acontecido.