Essa matéria foi publicada em 24 de agosto de 2020 no antigo portal do Terça Livre, censurado por Alexandre de Moraes e com a leitura do artigo não é difícil entender os motivos da perseguição ao jornalismo mais combativo que o Brasil já teve.
A Folha de São Paulo, publicada pela Folha da Manhã S/A – holding da família Frias e detentora do portal de notícias UOL (Universo Online S/A) -, iniciou uma grande campanha publicitária pela “volta da democracia”, em que convida os brasileiros a protestarem contra o governo Bolsonaro vestindo a cor amarela. Algumas celebridades participam da campanha, um vídeo promocional foi produzido para veiculação na TV aberta (um investimento nada barato!).
O que muitos talvez não tenham ideia é que as empresas do Grupo Folha, em verdade, com eventual derrubada do Presidente da República, almejam a grana fácil da publicidade federal que costumava pingar religiosamente para a imprensa na era dos governos do PT. Com o retorno da esquerda ao poder, esse financiamento espúrio que compromete a liberdade dos profissionais da imprensa estaria restaurado. É o que mostram os dados do antigo Instituto para Acompanhamento da Publicidade(IAP) compilados pelo Terça Livre.
O orçamento de publicidade de cada ministério ou empresa estatal foi durante um longo tempo um mistério no governo federal, até que o IAP, uma entidade paraestatal, passou a reunir esses dados a partir de informações enviadas pelas próprias agências de publicidades que gerenciavam as contas de publicidade do governo e de estatais.
Os dados do IAP começaram a ser divulgados em 2014 pelo jornalista Fernando Rodrigues, do Poder 360, também colunista da própria Folha.
Lamentavelmente, o instituto foi fechado no início do governo Temer, em 2017, após uma série de cortes de verbas no setor.
Os valores publicados nas planilhas foram atualizados pelo IGP-M até o ano de 2016. Se atualizado até junho de 2020, o montante chega a quase os 600 milhões de reais. Confira os valores filtrados das planilhas do IAP aqui.
Controvérsias sobre o patrimônio do Grupo Folha
Além de possuir uma redação recheada de ideólogos e militantes de esquerda, a empresa do jornal Folha de São Paulo, a Folha da Manhã S/A, compõe um grupo de empresas que entre as quais há também um banco, o conhecido negócio de máquinas de pagamentos de cartões Pagseguro, uma empresa líder neste segmento. Os negócios da Pagseguro se transformaram em um banco internacional com mercado aberto na bolsa de Nova York.
A existência dos direito societários da holding Folha da Manhã S/A no negócio do Pagseguro veio à tona recentemente, numa disputa entre acionistas da Folha que reclamavam para o jornal o recebimento de dividendos frutos da abertura de capital do banco no mercado de ações.
A história deste banco que integra o Grupo Folha remonta à era dos governos do PT, empréstimos milionários com o BNDES e sociedade com figuras como o banqueiro Andrés Esteves, o maior acionista do Banco BTG Pactual, que é investigado e já foi preso na operação Lava-jato, e João Alves de Queiroz Filho, da Hypermarcas, também envolvido em escândalos de corrupção.
Tanto a fortuna da família detentora do grupo Folha como a de seu sócio no Pagseguro, o banqueiro André Esteves, tiveram extraordinário salto de crescimento durante os governos Lula e Dilma Roussef. Tudo graças ao aumento dos programas de fomento à economia por meio das políticas de crédito com juros baratos via BNDES. A própria UOL Universo Online S/A consta no site do BNDES como tomadora de inúmeros empréstimos milionários em período que coincide com o vertiginoso crescimento das empresas do Grupo Folha.
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