Lula usa evento do governo para lançar Boulos à prefeito de SP
Evento é uma clara campanha antecipada, algo proibido por lei no Brasil
Em São Paulo, Brasil, a recente participação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um evento governamental gerou controvérsia e acusações de má conduta eleitoral. O evento, realizado no sábado, tinha como objetivo oficial marcar o início de um projeto habitacional sob o programa federal 'Minha Casa, Minha Vida' na Zona Leste de São Paulo. Contudo, críticos argumentam que serviu como uma plataforma para impulsionar a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura de São Paulo no próximo ano.
Durante o evento, o Presidente socialista, ao lado de Guilherme Boulos, deputado federal e líder do criminoso Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), presenciou a assinatura do contrato de início das obras do empreendimento habitacional Copa do Povo. Esta iniciativa é particularmente significativa para Boulos, dada a longa associação do MTST com a área e a militância socialista por habitação paga com dinheiro do pagador de impostos.
Boulos foi o primeiro político a discursar no evento, concentrando-se na questão da moradia na capital, uma de suas principais bandeiras políticas. Embora não tenha comentado diretamente sobre as eleições de 2024 ou criticado o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), suas declarações foram um claro aceno político, especialmente sua ênfase ao apoio de Lula aos movimentos socialistas.
Lula, por sua vez, evitou discutir diretamente as eleições durante o evento, uma medida que poderia caracterizar campanha eleitoral antecipada. No entanto, ele anunciou planos de retornar a São Paulo no início do próximo ano para iniciar a construção da Universidade da Zona Leste, uma crítica à atual administração da cidade.
O evento também contou com acenos à Marta Suplicy, atual secretária de Relações Institucionais do governo Nunes e ex-prefeita da capital. Alexandre Padilha (PT), ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, elogiou a experiência de Suplicy, alimentando especulações sobre uma possível aliança entre ela e Boulos para a próxima eleição.
A participação de Lula neste evento, focado em um projeto habitacional mas com clara inclinação política, é vista como um potencial crime eleitoral segundo as leis brasileiras. A legislação do país proíbe o uso de eventos governamentais e recursos públicos para promoção de candidatos e campanhas eleitorais. As ações de Lula, ao apoiar Boulos em um evento oficial, levantam questões sobre a legalidade e a ética de tais práticas, especialmente em um período pré-eleitoral.