Israel relembra 1 ano do massacre de 7 de outubro de 2023 sob novos ataques e sons de sirenes

Após um ano do ataque mais mortal em Israel, foguetes vindos de Gaza atingem a fronteira e Tel Aviv. Aniversário de um ano é lembrado em meio a guerra crescente e crise de reféns ainda em curso.

Nesta segunda-feira (07/10), Israel relembrou o primeiro aniversário de um ataque devastador promovido por grupos terroristas liderados pelo grupo terrorista islâmico Hamas, que resultou em uma das maiores tragédias da história recente do país. Às 6h29, mesmo sem a autorização das sirenes de lembrança militar, milhares de israelenses observaram um minuto de silêncio no momento exato em que, há um ano, os primeiros foguetes lançados da Faixa de Gaza sinalizaram o início de uma ofensiva em larga escala contra Israel, abrindo caminho para um ataque terrorista por terra contra Israel sem precedentes.

Enquanto o país ainda enfrenta o trauma do ataque terrorista de outubro de 2023, marcado por cenas brutais e covardes de violência contra civis, Israel lida com novos lançamentos de foguetes do grupo terrorista islâmico Hamas. A organização continua ativa, apesar das intensas operações de defesa israelense ao longo desses um ano, e mantém aproximadamente 100 reféns como moeda de negociação para um possível cessar-fogo, retirada das tropas israelenses de Gaza e liberação de prisioneiros palestinos.

Os ataques, limitados em número em comparação ao ano anterior, miraram comunidades na fronteira e na região de Tel Aviv, e representam uma escalada significativa de violência vinda de Gaza nos últimos meses. A tensão aumenta também em outros fronts, como o norte de Israel, onde confrontos esporádicos com o também grupo terrorista islâmico Hezbollah se intensificaram, e com o Irã, que na última semana lançou 200 mísseis balísticos contra o território israelense.

No sul, o aniversário de um ano do massacre foi marcado com mais alarmes do que sirenes de memória: às 6h30, quatro foguetes disparados pelo grupo terrorista Hamas foram direcionados a comunidades próximas à Faixa de Gaza. Três deles foram interceptados pelo sistema de defesa, enquanto o quarto caiu em área aberta, segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF). Nas primeiras horas do dia, a IDF respondeu com ataques aéreos a locais em Gaza onde, supostamente, o Hamas preparava uma nova ofensiva.

Ainda pela manhã, sirenes de alerta soaram na área metropolitana de Tel Aviv, e cinco foguetes atingiram a cidade e os subúrbios. Dois dos projéteis escaparam da defesa aérea e atingiram áreas residenciais em Holon e Kfar Habad, ferindo duas pessoas levemente, de acordo com o serviço de resgate Magen David Adom.

A escalada acontece em um contexto de homenagem e luto, com milhares de israelenses reunidos na fronteira para participar de cerimônias de lembrança. Na cidade de Jerusalém, centenas de familiares dos reféns reuniram-se na Rua Azza, nas proximidades da residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, para um tributo de dois minutos, onde muitos mantiveram silêncio e outros deixaram-se levar pela emoção.

“A dor é constante,” disse Eli Albag, pai de Liri Albag, uma das soldados capturadas pelo Hamas. “O que será lembrado para sempre são os cativos.” Shai Wenkert, cujo filho Omer foi sequestrado durante o festival Nova em Re’im, lamenta o que descreve como um ano de “pesadelo”. Segundo ele, “não há recuperação enquanto os reféns não voltarem para casa”.

No local do festival, transformado em memorial para as mais de 360 vítimas, familiares e amigos dos jovens mortos foram acompanhados pelo presidente Isaac Herzog em um minuto de silêncio em tributo. Minutos antes, os presentes ouviram a última música tocada na rave, lançada como homenagem aos que perderam suas vidas.

Com bandeiras a meio mastro, o Knesset anunciou reuniões durante todo o dia sobre o massacre, e à noite o prédio será iluminado com luz amarela em homenagem aos reféns, relembrando ao país a continuidade da crise humanitária que ainda permeia a realidade israelense.

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