Haddad confirma que Lula atuará com interventor na Petrobras

A intervenção de Lula na Petrobras não é uma posição isolada só do Haddad. Em 13 de março, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, admitiu a intervenção de Lula na política de preços da Petrobras.

O ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad, revelou em entrevista nesta última quarta-feira (27/03) que Lula (PT), proclamado presidente pelo TSE nas eleições de 2022, assumirá um papel de controle na definição da política de preços e investimentos da Petrobras.

"O presidente já afirmou inúmeras vezes que, tanto em relação à política de preços, quanto à política de investimentos da Petrobras, como empresa estratégica, ele agirá como controlador para orientar a Petrobras a investir mais em transformação ecológica. É um direito do controlador direcionar a Petrobras nessa direção. O petróleo, se não acabar, será cada vez menos utilizado", declarou o ministro em entrevista à CNN Brasil.

Apesar disso, o chefe da equipe econômica do governo petista negou que essa direção de investimentos constitua é uma intervenção direta na estatal. "Não parece que isso seja uma intervenção", ressaltou.

Reação na Petrobras: Lula sem acento no conselho é intervenção

A intervenção anunciada de Lula na Petrobras não é uma posição isolada. Em 13 de março, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, admitiu a orientação de Lula na petroleira, rejeitando o termo intervenção.

"O mercado reagiu nervosamente esperando dividendos, cuja decisão foi adiada e reservada. Falar em 'intervenção na Petrobras' é criar dissidências, especulações e desinformação", comentou em seu perfil nas redes sociais o presidente da empresa, que mantém o acento em Petrobras - o acento foi oficialmente removido em 1995.

"É crucial entender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado brasileiro, e que esse controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser caracterizado como intervenção!", argumentou.

Prates prosseguiu, admitindo a "orientação" de Lula: "É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa. É legítimo que o Conselho de Administração se posicione orientado pelo Presidente da República e por seus assessores diretos, os ministros. Foi exatamente isso que aconteceu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários".

A intervenção de Lula na Petrobras teve um impacto significativo no valor de mercado da empresa neste ano. O balanço financeiro da petroleira referente ao quarto trimestre de 2023 ficou 14% abaixo da previsão dos analistas.

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