Ex-assessor de Dirceu é solto por decisão de Gilmar Mendes
Estima-se que as manipulações investigadas na Operação Rizoma tenham gerado aproximadamente R$ 20 milhões em propinas
Quatro indivíduos suspeitos de participação em um esquema de fraude em fundos de pensão foram soltos após determinação do ministro Gilmar Mendes, do STF. A liberação aconteceu no contexto da Operação Rizoma, conduzida pela Polícia Federal, como reportado pela Secretaria de Administração Penitenciária. Dentre os libertados estão Marcelo Borges Sereno, ex-assessor do ex-ministro José Dirceu, e outros três implicados, que deixaram a prisão no último sábado.
A decisão de Mendes segue uma linha similar à adotada no caso de Milton Lyra, apontado como operador do MDB no Senado e também beneficiado por uma decisão anterior do ministro. Estima-se que as manipulações investigadas na Operação Rizoma tenham gerado aproximadamente R$ 20 milhões em propinas, com dinheiro sendo enviado para o exterior e retornando ao país através de complexas operações de lavagem.
Apesar da soltura, os envolvidos estão sujeitos a medidas restritivas severas, incluindo a proibição de contato com outros investigados e a restrição de saída do país sem autorização judicial. Mendes justificou sua decisão alegando que, apesar da gravidade dos atos, os fatos são consideravelmente distantes no tempo, o que, em sua visão, não justifica a manutenção da prisão preventiva.
“Os supostos crimes são graves, não apenas em abstrato, mas em concreto, tendo em vista as circunstâncias de sua execução. Muito embora graves, esses fatos são consideravelmente distantes no tempo da decretação da prisão”, afirmou o ministro.
Ah, quer dizer que não ocorreu a prisão imediatamente, mas sei lá, alguns dias depois? Ora, mas o crime foi constatado. Não importa se ocorreu há um mês ou há dez anos; crime é crime, Sr. Ministro.