EUA: navio de carga colide com a ponte Francis Scott Key
Equipes buscam 20 pessoas que teriam caído no rio.
BALTIMORE, EUA - Uma colossal operação de resgate está em curso nesta terça-feira (26/03) para localizar seis trabalhadores da construção civil que estavam na Ponte Francis Scott Key em Baltimore quando foi atingida por um imenso navio de carga, provocando seu desabamento no Rio Patapsco e interrompendo uma importante via para o transporte marítimo na Costa Leste, relataram as autoridades.
James Wallace, chefe do Departamento de Bombeiros da Cidade de Baltimore, informou em uma coletiva de imprensa que por volta da 1h30 da manhã, um navio saindo do Porto de Baltimore colidiu com a Ponte Francis Scott Key, causando seu colapso em segundos. As imagens capturam o momento em que o navio de carga atinge uma das colunas, levando à ruptura da ponte, que cai parcialmente sobre a embarcação, onde uma explosão de chamas e fumaça irrompeu no céu noturno.
Vários veículos que transitavam pela ponte no momento do impacto foram lançados no Rio Patapsco. Além disso, havia diversos contratados na ponte realizando reparos, afirmou o Secretário de Transportes de Maryland, Paul Wiedefeld. Wallace revelou que duas pessoas foram resgatadas nas primeiras horas das operações de busca: uma delas ileso, enquanto a outra permanece em estado "muito grave".
A equipe a bordo do navio no momento da colisão permanece na embarcação, que precisa ser avaliada quanto a danos antes que os socorristas possam iniciar o resgate, declarou Wallace. Um alto funcionário dos EUA informou ao jornal USA TODAY que o navio aparentemente perdeu energia alguns minutos antes de atingir a ponte. Acidentes desse tipo, conhecidos como Casualidades Marítimas, não são incomuns, de acordo com a fonte, ocorrendo a cada dez anos ou mais quando um objeto inerte é atingido por um navio. A investigação sobre a perda de energia será uma alta prioridade e pode estar relacionada a uma falha mecânica.
O governador de Maryland, Wes Moore, afirmou em uma coletiva de imprensa que as investigações preliminares indicam que se tratou de "um acidente" e não de um ato intencional de terrorismo, sem fornecer mais detalhes.
"É devastador para a cidade", expressou Greg Trenchard, 43 anos, ao acordar na terça-feira com uma enxurrada de mensagens e ligações de seus familiares preocupados com seu bem-estar após terem ouvido sobre o desabamento da Ponte Chave. "Eu já passei por ela 100 vezes e agora vê-la desaparecer é bastante louco", acrescentou.
Trenchard, um auditor, relatou ter tentado se dirigir ao Fort Armistead Park, onde frequentemente capturava imagens da ponte ao nascer e ao pôr do sol. Contudo, o trajeto habitualmente rápido levou quase 40 minutos devido aos desvios de tráfego, e um bloqueio policial próximo ao Royal Farms, uma loja de conveniência, a cerca de dois quilômetros e meio do parque, o impediu de se aproximar mais da cena. "É um golpe", concluiu, referindo-se ao desastre. "É devastador para a cidade, é devastador para o tráfego portuário e tudo o que estão tentando fazer para revitalizar a indústria de transporte marítimo em Maryland e manter isso em andamento", lamentou. - N'dea Yancey-Bragg
Busca aérea, terrestre e aquática em andamento
Uma vasta operação de busca aérea, terrestre e aquática está em curso, coordenada por diversas agências locais, estaduais e federais, abrangendo uma ampla seção do rio Patapsco, tanto acima quanto abaixo da superfície da água, além do próprio navio envolvido no incidente, relatou Wallace, chefe do Departamento de Bombeiros da Cidade de Baltimore. Mergulhadores, helicópteros e tecnologia de sonar foram mobilizados e já localizaram vários veículos submersos no rio, cuja profundidade chega a cerca de 15 metros no local do desabamento.
"A correnteza do rio complica ainda mais a busca, já que agora estamos enfrentando uma mudança de maré", destacou Wallace. O governador de Maryland, Wes Moore, declarou estado de emergência e está colaborando com uma equipe interagências para a rápida alocação de recursos federais da Administração Biden.
"Esta é uma tragédia impensável", lamentou o prefeito de Baltimore, Brandon Scott, em uma coletiva de imprensa. A Casa Branca informou que o presidente Joe Biden foi atualizado sobre o desabamento e os esforços em curso de busca e resgate, e continuará recebendo atualizações ao longo do dia.
Jim Bellingham, diretor executivo do Instituto Johns Hopkins para Autonomia Garantida e especialista em robótica marinha, residente nas proximidades de Fells Point, compartilhou com o jornal USA TODAY alguns dos desafios enfrentados pelas equipes de resgate.
O navio envolvido na colisão com a ponte em Baltimore já havia se envolvido em outro acidente em Antuérpia, na Bélgica, em 2016, sem deixar feridos.
O momento da colisão do cargueiro com a ponte de 2,6 km foi realmente impressionante.
Equipes continuam em busca de cerca de 20 pessoas que teriam caído no rio.
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O fato é que a caixa preta do navio registrou tudo que aconteceu na ponte de comando ( passadiço, na linguagem técnica marítima). Parece que hj em dia o grau de dependência dos tripulantes, por conta da tecnologia, é grande. Antigamente, aprendamos a navegar sem depender de muitos recursos (no máximo, um radar). Mas um "fora de leme" por falta de energia é comum, e rapidamente solucionado. Um navio possui dois motores principais (propulsão) e pelo menos dois auxiliares (energia elétrica). Quando um sai, entra o outro. Para mim, o fato é bem bizarro...
Que trágico, tomara encontrem todas as pessoas vivas, pelo amor!