Entidades se levantam contra PNE ideológico do PT

Encontro juntou entidades da área de educação para coibir ação ideológica dentro do Plano Nacional de Educação (PNE) influenciado por grupos comandados pelo PT.

Um encontro promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e pela Associação De Olho no Material Escolar (Donme) juntou especialistas em educação e representantes do setor produtivo para criticar o texto base do Plano Nacional de Educação (PNE), proposto pela Conferência Nacional de Educação (Conae), que foi instrumentalizada pelo PT, por supostamente negligenciar a qualidade do ensino em prol de agendas ideológicas.

Realizado na última terça-feira (12/03) na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o evento consistiu em uma mesa redonda que debateu os principais desafios enfrentados pela educação pública brasileira e propôs um documento com medidas e compromissos embasados em evidências técnicas e científicas, com o intuito de aprimorar a qualidade da educação no país. O documento foi assinado por Letícia Jacintho, presidente da Donme, e simbolicamente por Jacyr Costa Filho, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp.

Letícia Jacintho, que possui raízes rurais e uma carreira profissional ligada ao agronegócio, defendeu a inclusão de diversos setores produtivos na formulação do Plano Nacional de Educação (PNE). Ela criticou a exclusão desses setores das discussões e apontou a participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas mesmas, especialmente na área de educação ambiental, biodiversidade e sustentabilidade.

Por sua vez, os especialistas em educação presentes no painel, considerados renomados no país, manifestaram sua indignação com o que consideram um vazio em relação ao ensino no texto base do Plano Nacional de Educação.

Entre os presentes estavam João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto; Guiomar Nano de Melo, membro da Academia Paulista de Educação; Claudio de Moura Castro, pesquisador em Educação e doutor em Economia pela Universidade Vanderbilt (EUA); e Mario Ghio, presidente da Associação Brasileira de Sistema de Ensino e Plataformas Educacionais (Abraspe) e diretor-presidente da Somos Educação.

Mario Ghio destacou a ausência de termos como "aluno" e "aprendizagem" no documento final da Conae, criticando o enfoque ideológico em detrimento do ensino propriamente dito. Ele também expressou preocupação com as medidas propostas para o Plano Nacional de Educação de 2024, que, segundo ele, vão contra as conquistas já alcançadas na área, como avaliações educacionais e a base nacional curricular comum.

Dentre os temas discutidos na mesa redonda, destacam-se a necessidade de vincular índices qualitativos ao orçamento destinado à educação, a implementação de um plano de carreira para os professores baseado em desempenho, a integração entre escola e mercado de trabalho, e o acesso a dados de avaliações de desempenho dos alunos com qualidade.

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