Edmundo González, opositor venezuelano, recusa intimação do Ministério Público de Maduro
Gonzáles criticou a intimação, alegando que o Ministério Público está agindo de forma parcial, submetendo-o a uma “entrevista sem especificar em que condição e pré-qualificando crimes não cometidos”.
O candidato de oposição à presidência da Venezuela, Edmundo González, anunciou que não comparecerá à convocação do Ministério Público venezuelano nesta segunda-feira (26/08), às 10h, no horário de Caracas (11h em Brasília). González, que a oposição provou ter vencido as eleições presidenciais de 28 de julho, está sendo investigado pela publicação de um site que divulga atas eleitorais, as quais as autoridades chavistas alegam serem falsificadas.
Em vídeo publicado em suas redes sociais na noite de ontem, domingo (25/08), González se dirigiu aos venezuelanos, afirmando: “Venezuelanos e venezuelanas, nesta ocasião, presto depoimento diante de vocês, que são os que garantem a soberania popular.” Ele criticou a intimação, alegando que o Ministério Público está agindo de forma parcial, submetendo-o a uma “entrevista sem especificar em que condição e pré-qualificando crimes não cometidos”.
Veja o vídeo aqui
González também acusou o procurador-geral da Venezuela de atuar como “acusador político” e destacou que a convocação carece de garantias de independência e do devido processo legal. O opositor argumentou que o ditador Nicolás Maduro deveria buscar uma solução através de uma “verificação internacional e independente das atas” eleitorais, em vez de recorrer à repressão.
González afirmou ainda que a oposição apresentará os exemplares das atas de apuração que sua coligação alega ter recebido de fiscais eleitorais. Na intimação entregue no sábado, o Ministério Público convocou González “para dar entrevista” sobre o “suposto cometimento dos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento público, instigação à desobediência de leis, crimes informáticos, associação para cometer crimes e conspiração”.
O alvo principal das investigações é um site que divulga atas eleitorais, que, segundo a oposição, comprovam a vitória do candidato apoiado pela ex-deputada María Corina Machado, com aproximadamente 67% dos votos. No entanto, o governo venezuelano alega que 83% dos documentos publicados pela oposição foram falsificados e que o site teria “usurpado a qualidade e competência que só corresponde ao Poder Eleitoral venezuelano”, segundo o procurador-geral Tarek William Saab.
Em meio a um cenário de repressão às manifestações pós-eleitorais, que já resultaram em 27 mortes, 192 feridos e 2.400 detenções, a convocação de González ocorre enquanto o Tribunal Supremo de Justiça ratifica a a fraude dando vitória do ditador Maduro, apesar das críticas da oposição e de grande parte da comunidade internacional quanto à falta de transparência na divulgação dos resultados.
Maduro pressiona opositor a depor sobre divulgação de atas eleitorais
Edmundo González, líder da oposição venezuelana, deve depor nesta segunda-feira (26/08) no Ministério Público em Caracas, a respeito da divulgação de atas eleitorais que a oposição utiliza para reivindicar vitória nas eleições de 28 de julho. As autoridades chavistas, no entanto, alegam que esses documentos foram falsificados.
Os documentos, similares aos boletins de urna das eleições brasileiras, são públicos e deveriam ser disponibilizados a todos os representantes de partidos nos locais de votação. Porém, o Ministério Público, controlado por aliados de Nicolás Maduro, abriu um processo penal contra González, que pode resultar em acusações de crimes como “usurpação de funções, falsificação de documento público, incitação à desobediência das leis, crimes informáticos, associação criminosa e conspiração”.
A convocação de González ocorre em um contexto de repressão intensa às manifestações pós-eleitorais, com a oposição, liderada por María Corina Machado, afirmando que as atas indicam uma vitória esmagadora de González sobre Maduro. Organizações como a ONU e o Centro Carter apoiaram a demanda da oposição por maior transparência, em contraste com a falta de resposta do Conselho Nacional Eleitoral, que está diretamente ligado ao governo venezuelano.
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Alguém ainda tinha dúvidas que uma Ditadura seria séria e imparcial???
Aqui pelo Fazendão não foi muito diferente, onde estão as provas das Urnas????