De 22 candidatos visitados por Lula, apenas 6 avançam
Das 22 cidades onde Lula fez campanha pessoalmente, apenas 6 candidatos apoiados conseguiram vitórias ou passaram para o segundo turno, destacando uma queda na influência eleitoral de Lula.
Os resultados das eleições municipais deste domingo (06/10), revelaram uma notável queda na influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o eleitorado. Dos 22 candidatos apoiados por ele em visitas a diferentes municípios durante a campanha, apenas seis obtiveram vitórias ou avançaram para o segundo turno, apontando uma perda de força eleitoral do petista. O único aliado que saiu vitorioso no primeiro turno foi Eduardo Paes, reeleito prefeito no Rio de Janeiro, que preferiu manter o apoio de Lula “discreto” para evitar possíveis rejeições.
No decorrer da campanha, Lula visitou 26 municípios ao longo de três meses, iniciando os eventos em julho, quando apoiou candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) e de aliados. Em quatro dessas cidades, no entanto, ele não declarou apoio formal a nenhum candidato específico. Durante as visitas, o presidente também anunciou investimentos federais e apresentou novos projetos locais. No entanto, a ampla presença e o respaldo do presidente não garantiram sucesso aos candidatos.
Vitória de Eduardo Paes no Rio de Janeiro e apoio “discreto” em São Paulo
Em meio a uma eleição desafiadora para aliados do governo, o prefeito reeleito Eduardo Paes (PSD) se destacou como o único candidato apoiado por Lula a conquistar a vitória no primeiro turno. Paes, que venceu com mais de 60% dos votos válidos, optou por uma estratégia de distanciamento calculado, mantendo o apoio do presidente longe do foco central da campanha devido à possibilidade de rejeição.
Já em São Paulo, Lula participou de eventos ao lado de Guilherme Boulos (PSOL), candidato que avançou para o segundo turno com 29,07% dos votos válidos. Boulos, que disputará a prefeitura com Ricardo Nunes (MDB), recebeu um apoio “discreto” de Lula, uma participação que, segundo analistas, não demonstrou impacto decisivo. Durante a campanha, Lula participou de dois comícios e de uma caminhada em apoio ao candidato, mas a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, justificou a baixa presença do presidente com compromissos urgentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas pelo país.
Críticas e avaliação do desempenho do PT
Parte da oposição atribuiu o sucesso de Boulos não ao apoio de Lula, mas a falhas estratégicas do oponente Pablo Marçal, do PRTB. Segundo alguns analistas, o desgaste da imagem do presidente em São Paulo teve um peso significativo no desempenho eleitoral do PSOL e do PT na capital paulista.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, minimizou os resultados, afirmando que o partido continua em um processo de “reorganização”. Ela destacou que, em relação a 2020, o desempenho do PT melhorou. “Estamos em uma fase de recuperação”, disse a deputada.
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