CGU aponta redução em operações anticorrupção sob governo Lula
Durante governo Lula (PT), número de investigações de combate à corrupção cai quase pela metade em comparação com o governo de Jair Bolsonaro, segundo aponta relatório da Controladoria-Geral da União
A Controladoria-Geral da União (CGU) relatou uma queda significativa nas operações especiais de combate à corrupção desde o início do governo Lula (PT). Em 2024, até 23 de outubro, foram realizadas apenas 33 operações, número que contrasta com a média anual de 66 operações registradas durante o governo de Jair Bolsonaro.
Em 2023, no primeiro ano de mandato de Lula, a CGU contabilizou apenas 37 operações, atingindo o patamar mais baixo desde 2015, quando Dilma Rousseff não estava no poder.
Essas operações, realizadas em parceria com a Polícia Federal, Receita Federal, Ministério Público e outras instituições, revelaram desvios milionários em contratos públicos, como o superfaturamento de R$ 10 milhões em contratos de saúde da prefeitura de São Gonçalo (RJ). Em 2023, o montante de recursos desviados identificou cerca de R$ 435,6 milhões, cifra que ultrapassou a média anual do governo anterior, de R$ 306 milhões. No entanto, o volume reduzido de operações na gestão atual chama atenção.
Durante os anos de 2020 e 2021, no governo Bolsonaro, a CGU registrou registros, com 96 e 64 transações, respectivamente. Na época, o foco eram as despesas emergenciais da pandemia de Covid-19, muitas realizadas sem licitação, que levantaram suspeitas de irregularidades.
Mudanças internacionais na CGU e críticas à nova gestão
Em 2023, a CGU passou por uma reformulação organizacional que extinguiu a Secretaria de Combate à Corrupção, incorporando suas funções à Secretaria Federal de Controle Interno. A reestruturação forçou os auditores a conciliarem as investigações com outras atividades, como a avaliação dos programas governamentais de Lula. Essa mudança, segundo especialistas e técnicos de governo, reflete a falta de prioridade dada pelo governo Lula ao combate à corrupção.
“Não há vontade política no governo Lula de enfrentar o combate à corrupção”, comentou uma fonte próxima à CGU ao jornal O Globo . “O compromisso parece enfraquecido, talvez como reflexo do ressentimento em relação à Lava Jato.”
Conforme dados da CGU, cerca de 30% das operações anticorrupção são originadas por auditorias internacionais e denúncias recebidas pelo canal Fala.BR, enquanto os 70% restantes resultam de parcerias com a Polícia Federal e o Ministério Público.
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