Censura ao X no Brasil ganha repercussão internacional
Jornais do mundo inteiro repercutem a censura do X no Brasil. Diversos veículos de mídia destacam que, por ordens de um único ministro da Suprema Corte, o Brasil se iguala a outras ditaduras ao redor.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de bloquear a rede social X (anteriormente conhecida como Twitter) no Brasil, repercutiu amplamente na imprensa internacional nos dias 30 e 31 de agosto.
O jornal norte-americano New York Times (NYT) noticiou a decisão de Moraes, colocando-a em destaque no topo de sua página inicial na internet. O veículo descreveu a ação como resultado de uma "batalha" entre Elon Musk, proprietário do X, e o ministro do STF sobre censura, liberdade de expressão e "o que pode ser dito online".
O Washington Post também reportou a suspensão da rede social, descrevendo a medida como uma "escalada dramática" da censura e disputa sobre os "limites da liberdade de expressão em uma era marcada pela polarização e desinformação".
No Reino Unido, o The Guardian destacou a suspensão do X em sua página inicial, justificando o bloqueio como parte de uma investigação sobre "milícias digitais" que apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro após sua derrota nas eleições de 2022.
Já o El País, um dos maiores jornais de esquerda de língua espanhola, defendeu a censura e bloqueio ao X no território brasileiro e referiu-se ao ministro do STF Alexandre de Moraes como o "juiz mais famoso e poderoso" do Brasil, e o descreveu como um progressista "símbolo da defesa da democracia" e um "cruzado" na luta contra a desinformação da direita brasileira.
Elon Musk e o desafio às ordens ilegais de Moraes
Nos últimos dias, Elon Musk desafiou diversas ordens de Alexandre de Moraes para censurar contas na rede social X. A plataforma se recusou a excluir perfis de membros da oposição brasileira, incluindo o do senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Em resposta, Moraes impôs uma multa de R$ 200 mil à empresa e a cada um dos sete perfis, caso não fossem bloqueados em até uma hora. Como a plataforma não cumpriu a ordem arbitrárias, o próprio ministro do STF classificou a recusa em cumprir suas ordens ilegais como "crime de desobediência" por parte do representante legal da empresa.
Em uma decisão inédita, Moraes suspendeu o funcionamento do X em todo o território brasileiro até que todas as suas ordens judiciais fossem cumpridas, as multas pagas e seja indicado um representante legal da empresa X no Brasil.
Censura Global: Países Onde o X Está Bloqueado
Com a decisão de Moraes, o Brasil se junta a um grupo de seis países onde o X está bloqueado: China, Coreia do Norte, Irã, Mianmar, Rússia e Turcomenistão. A Nigéria também bloqueou temporariamente o uso da rede social em 2021.
China: O X está banido desde 2009 como parte do controle do Partido Comunista Chinês sobre a internet.
Coreia do Norte: O regime comunista de Kim Jong-un restringe severamente o acesso à internet e às redes sociais.
Irã: O X foi proibido em 2009 após uma onda de protestos que desafiou o regime islâmico que controla o país.
Mianmar: Após um golpe militar em 2021, o governo bloqueou o acesso ao X, Instagram e Facebook.
Turcomenistão: O país impõe um controle rígido sobre a internet, restringindo o acesso a informações de veículos de mídia não oficiais no país.
Rússia: O X foi bloqueado na Rússia em 2022 como parte das restrições impostas após a invasão russa à Ucrânia.
Brasil: por determinação de um único ministro da Suprema Corte do país, chamado Alexandre de Moraes, após perseguir opositores do atual presidente Lula (PT), com quem tem íntimas ligações, foi ordenada, de maneira ilegal e inédita, a censura e o banimento da rede social X em todo o território brasileiro. A rede social de Elon Musk se recusou a cumprir as determinações ilegais e de censura prévia do ministro Alexandre de Moraes.
Repercussões e medidas absurdas contra cidadãos
Além da suspensão, Moraes determinou a aplicação de multas diárias de R$ 50 mil para qualquer pessoa que tentar acessar a rede social X utilizando "subterfúgios tecnológicos", como VPNs (Redes Privadas Virtuais).
O ministro do STF também deu um prazo de cinco dias para que Apple e Google removam o aplicativo do X de suas lojas no Brasil, e para que provedores de internet implementem "obstáculos tecnológicos" de bloqueio que inviabilizem o uso da plataforma no Brasil.
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Corretissimo, estamos no caminho do ultra liberal Kim Jong-un.
Redes sociais devem servir p troca de receitas de bolo, quer discutir política e liberdade, vá p Cuba. Hummmm, não, lá tem....
Que legal, parabéns aos que fizeram o L. Agora vemos como funciona o governo do amor. Queria ver a cara, dos assinantes da tal cartinha pela democracia agora.