CCJ da Câmara convoca Tagliaferro para explicar investigações ilegais do gabinete de Moraes
Comissão aprova convite para Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, sobre procedimentos ilegais e extraoficiais dentro do gabinete do ministro.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28/08) um convite para que Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, preste esclarecimentos sobre as investigações ilegais e extraoficiais conduzidas por Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relacionadas a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e parlamentares de oposição..
O requerimento, de autoria da deputada Bia Kicis (PL-DF), ainda não tem data marcada para a sessão. Por se tratar de um convite, Tagliaferro não é obrigado a comparecer.
Tagliaferro, que foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE e trabalhou diretamente com Moraes, está no centro de uma polêmica envolvendo a produção de relatórios ilegais e não oficiais. De acordo com mensagens e documentos trocados via WhatsApp entre o ministro, seus assessores e outros membros da equipe, o gabinete de Moraes solicitou a elaboração de pelo menos 20 relatórios por meio da AEED contra pessoas e políticos da oposição, sem os trâmites formais usuais. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Após a publicação da reportagem, Tagliaferro manifestou dúvidas sobre os procedimentos adotados, mas afirmou que cumpriu as ordens: "Quem vai dizer não para o homem?", questionou ele.
Em entrevistas concedidas à Revista Oeste e ao jornal Estadão, Tagliaferro compartilhou detalhes de sua experiência trabalhando com Moraes. Em uma entrevista à Oeste, publicada na última sexta-feira (23/08), ele comparou sua posição à de um cozinheiro que apenas segue as instruções do chefe: "Eu era um funcionário. É como se fosse um cozinheiro e o dono do restaurante dissesse: 'Quero que você faça feijoada hoje; coloque banha na feijoada'. Suponha que eu responda: 'Ah, mas eu não gosto de banha'. E o chefe respondesse: 'Não. Coloque banha'. 'Está bem, colocarei banha'".
Em outra entrevista, publicada pelo Estadão no ultimo sábado (25/08), Tagliaferro foi questionado sobre possíveis pedidos "indevidos" por parte do ministro. Ele afirmou que não tinha o conhecimento técnico para julgar a questão, mas admitiu que, por vezes, teve a impressão de que algumas operações de Moraes não estavam diretamente ligadas às eleições ou ao TSE. "Questionei meus superiores e me foi dito que estava tudo certo, que não havia problema nenhum e que eu deveria apenas continuar fazendo o meu trabalho. Não questionei mais e busquei fazer o meu melhor, sem maiores ponderações. Espero que eles realmente soubessem o que estavam fazendo", declarou o ex-assessor.
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Como não é obrigado, acho que ele não vai.
Medo da Máfia que poderá pega-lo e Brasília.
Que assistiu O Poderoso Chefão, sabe do que estou falando.
A Caroline de Toni tem sido uma grande presidente da CGC.