Bolívia: general Zúñiga quer novo gabinete no país e põe tropas nas ruas da capital
Em discurso na televisão na última segunda-feira (24/06), o general Zúñiga declarou que Morales "não pode mais ser presidente deste país". Nesta quarta-feira, o general ocupou o palácio presidencial.
O general Juan José Zúñiga, comandante do Exército da Bolívia, anunciou nesta quarta-feira (26.jun.2024) que "haverá um novo gabinete" executivo no país. Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de um golpe militar, Zúñiga respondeu que "o governo não pode ficar assim" e que haverá mudanças nos ministros.
O presidente Luis Arce afirmou que o Exército boliviano está realizando "mobilizações irregulares de algumas unidades", que se encontram na Plaza Murillo, onde ficam a sede do governo e do Legislativo.
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Quem é o general Juan José Zúñiga?
O general Juan José Zúñiga, comandante do Exército boliviano, foi destituído do cargo na terça-feira após ameaças contra o ex-presidente Evo Morales. Zúñiga, um militar de alta patente, sempre se opôs à candidatura de Morales para as eleições de 2025. Após ser afastado, decidiu se revoltar contra o Executivo.
Em um discurso na televisão na segunda-feira, Zúñiga declarou que Morales "não pode mais ser presidente deste país". Na tarde desta quarta-feira, Zúñiga e seus seguidores entraram no Palácio Presidencial, na Plaza Murillo, em La Paz.
Ele enfatizou que, "se necessário", não permitirá "que a Constituição seja pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo". Zúñiga afirmou que as Forças Armadas são "o braço armado do povo, o braço armado do país". Ele liderou um levante na Plaza Murillo, dizendo: "Vamos recuperar esta Pátria" e expressou seu descontentamento com o empobrecimento do país e a humilhação dos militares.
Resposta de Evo Morales
O ex-presidente Evo Morales reagiu no X, antigo Twitter, dizendo que essas "ameaças nunca ocorreram na democracia". Ele afirmou que, se não forem desmentidas pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, Ministro da Defesa, Presidente e Capitão General das Forças Armadas, ficará provado que estão realmente autorizando um autogolpe.
A troca de ataques entre Morales e o atual presidente Luis Arce, que foram aliados no passado, continua intensa. Arce indicou que há um "golpe suave" em curso para encurtar seu mandato, acusando implicitamente Morales. Segundo Arce, por trás de reivindicações aparentemente legítimas, existe um plano para destruir o Estado Plurinacional e o modelo socioeconômico comunitário produtivo.
Morales foi desqualificado pelo Tribunal Constitucional Plurinacional para participar das eleições de 2025. O general Zúñiga argumenta que, segundo a justiça do país, nenhum boliviano pode ser eleito para o mesmo cargo público mais de duas vezes na vida. "O senhor Morales já foi presidente por três, quatro mandatos, re, re, reeleito. Ele está legalmente desqualificado", afirmou Zúñiga.
Partidários de Evo Morales alegam que o general e partidos de oposição interpretam a constituição de forma errada, afirmando que a decisão judicial apenas proíbe mais de uma reeleição contínua e não diz nada sobre reeleições descontínuas.
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E ai ?? Tem uma anciã com a bíblia na mão???