Ucrânia aprova lei que permite alistamento de estrangeiros em seu Exército
Parlamento da Ucrânia aprova lei que permite alistamento de estrangeiros para aumentar suas tropas. Para lutar contra a Rússia, a Ucrânia oferece bônus em dinheiro, ajuda para casa própria e veículos.
A Rada Suprema, o parlamento da Ucrânia, aprovou na última quarta-feira (18/09) uma nova legislação que permite o alistamento de cidadãos estrangeiros e apátridas nas Forças Armadas, na Guarda Nacional e em outras unidades militares oficiais da Ucrânia. A medida busca reforçar o efetivo militar ucraniano, que enfrenta dificuldades para manter a mobilização após mais de dois anos de guerra com a Rússia.
O projeto de lei recebeu o apoio de 278 deputados do poder legislativo ucraniano, segundo informou Yaroslav Zhelezniak, porta-voz do partido Voz, por meio de uma publicação no Telegram.
A nova legislação autoriza estrangeiros e apátridas a firmarem contratos com as Forças Armadas e a Guarda Nacional da Ucrânia, além de outras instituições militares oficiais, como o Serviço Especial de Transporte do Estado, responsável pelas redes de comunicação estratégicas do país. A medida também prevê a criação de um centro oficial de recrutamento para estrangeiros em território ucraniano, conforme detalhado pelo parlamentar Zhelezniak.
Desafios com a mobilização militar
Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, a Ucrânia tem enfrentado dificuldades para manter o número de soldados ativos necessários no campo de batalha. Com a guerra em curso, o governo ucraniano intensificou os esforços para impedir que homens em idade militar deixem o país e pressionou seus aliados internacionais a repatriarem aqueles que já emigraram.
Além do alistamento de estrangeiros, o governo ucraniano adotou medidas de recrutamento obrigatório, envolvendo até mesmo parte da população carcerária. Presos condenados por crimes “comuns” têm a oportunidade de reduzir suas penas em troca do serviço militar, numa tentativa de suprir a falta de efetivos. Em abril deste ano, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sancionou uma polêmica lei que visava aumentar o número de soldados ativos disponíveis, buscando fortalecer as forças armadas diante da agressão russa.
Incentivos e limitações da nova legislação
A nova legislação busca não apenas ampliar o número de soldados, mas também oferece incentivos financeiros para quem se alistar. Entre os benefícios estão bônus em dinheiro, além de fundos para a compra de imóveis ou veículos, embora analistas afirmem que a Ucrânia enfrenta dificuldades financeiras para sustentar essas promessas.
No entanto, a lei não inclui provisões para a rotação de tropas que já estão há 36 meses em combate, o que agrava a situação dos soldados exaustos na linha de frente. Com a guerra em larga escala, a Ucrânia já sofre com a escassez de soldados treinados, e a desmobilização dos combatentes mais experientes pode enfraquecer ainda mais suas forças.
Necessidade urgente de mais tropas e armamentos
A Ucrânia, que já perdeu quase um quarto de seu território desde o início da invasão, precisa urgentemente de mais soldados e munições para continuar resistindo à ofensiva russa. A incerteza sobre a continuidade do apoio militar ocidental adiciona pressão sobre o governo, que busca formas de mobilizar e treinar novos combatentes.
Em dezembro de 2023, o presidente Zelensky declarou que o exército ucraniano pretendia convocar até 500.000 novos soldados. O chefe das Forças Armadas, Oleksandr Syrskyi, realizou uma auditoria e sugeriu que alguns soldados poderiam ser rotacionados das áreas de retaguarda para a linha de frente, mas o número exato de recrutas ainda não foi oficialmente divulgado.
Enquanto isso, a nova lei pretende facilitar o alistamento e fortalecer as forças ucranianas para enfrentar os desafios crescentes impostos pela guerra.
Importante! Venha fazer parte da construção do Terça Livre junto com o jornalista Allan dos Santos. Apoie o retorno do Terça Livre CLICANDO AQUI!
Que triste essa guerra. Rússia acabando com a Ucrânia.