Lider do PCC, braço direito de Marcola, vai para o semiaberto depois de ficar 21 anos foragido
Juiz que concedeu semiaberto para Fuminho do PCC já decidiu em favor de Lula (PT) durante investigação do MP sobre os caças Gripen em 2021.
Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como “Fuminho” do PCC e apontado como braço direito de Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), a mais poderosa facção criminosa atualmente do Brasil, recebeu uma decisão polêmica da Justiça que autoriza sua transferência para o regime semiaberto.
Fuminho, que esteve foragido por impressionantes 21 anos antes de ser capturado, agora poderá deixar a penitenciária de segurança máxima para trabalhar ou estudar durante o dia, retornando somnte à noite, em um cenário que levanta dúvidas e indignação quanto à aplicação da lei para criminosos reincidentes no Brasil.
A decisão partiu do juiz corregedor substituto da Penitenciária Federal de Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana, que justificou a transferência de Fuminho ao semiaberto com base no "bom comportamento" do detento e no tempo mínimo de prisão cumprido. No entanto, o histórico de Fuminho, considerado um dos criminosos mais perigosos do país, revela outro lado dessa história: em 2020, após duas décadas como foragido, ele foi preso em Moçambique durante uma operação da Polícia Federal. Acusado de tráfico internacional de drogas e homicídios, ele permanece, desde então, detido em uma unidade federal de segurança máxima.
O Ministério Público Federal e a Justiça Estadual de São Paulo questionaram imediatamente a decisão e solicitaram que o juiz reavalie a transferência, alegando que Fuminho representa uma ameaça à segurança pública e não deve deixar a Penitenciária Federal. Segundo a CNN, os pedidos aguardam análise.
Quem é Fuminho do PCC?
Mais que um criminoso comum, Fuminho foi uma peça-chave no comando do PCC, onde gerenciava o tráfico internacional de drogas e organizava operações para resgatar líderes da facção. Após escapar do Carandiru em 1999, ele passou a atuar como grande fornecedor de cocaína para o PCC, financiando e organizando fugas, incluindo planos de resgate de Marcola e outros 21 chefes da facção. Em 2014 e 2018, ele recebeu cerca de R$ 200 milhões para realizar essas operações, que incluíam a distribuição de toneladas de drogas dentro e fora do Brasil.
Além disso, o histórico de Fuminho conta com envolvimento em homicídios, como os dos ex-integrantes do PCC Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, ambos executados em 2018 sob a acusação de desviar fundos da facção. Em 2022, Fuminho foi condenado a mais de 26 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por tráfico de drogas, sendo apontado como responsável por um carregamento de 450 quilos de cocaína.
Agora, a decisão de sua progressão para o semiaberto gerou revolta, levantando questionamentos sobre o tratamento que a Justiça reserva aos membros das organizações criminosas. A postura do MPF e da Justiça de São Paulo deixa claro que a transferência de Fuminho é um assunto delicado, e que o caso permanece sob os holofotes enquanto as autoridades tentam manter a segurança do país diante de um criminoso reincidente e perigoso.
Entenda a decisão do juiz Frederico Botelho de Barros Viana em favor de Lula (PT) em 2021
Em 2021, o juiz Frederico Botelho de Barros Viana, à época na 10ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, decidiu suspender o depoimento de Lula (PT) e de seu filho, Luís Cláudio, no processo envolvendo a compra dos caças Gripen da Suécia.
Os depoimentos de Lula e de seu filho, inicialmente agendados para os dias 27 e 28 de maio daquele ano (2021), foram adiados pelo juiz Viana. O magistrado também concedeu um prazo de 30 dias para que todas as defesas envolvidas no processo pudessem se manifestar, o que acabou beneficiando a defesa de Lula naquele momento.
O Ministério Público (MP) acusava Lula (PT) de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sob a alegação de que ele teria participado de negociações irregulares para a aquisição dos caças Gripen. O processo de compra dos caças começou ainda durante o governo de Fernando Henrique Cardoso do PSDB (1995-2002) e foi concluído somente na gestão de Dilma Rousseff (PT), sendo a escolha final atribuída à Aeronáutica.
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