Crescente estoque de carros chineses preocupa setor automotivo, aponta Anfavea
O grande estoque parado de carros elétricos pode desestabilizar o mercado, tanto de novos quanto de seminovos, além de retardar o lançamento de novos modelos no país, afirma Márcio Leite da Anfavea.
O setor automotivo brasileiro está em alerta diante do crescente estoque de veículos híbridos e elétricos importados da China. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Leite, cerca de 80.000 veículos eletrificados já estão no Brasil e o mercado interno tem dificuldade em absorver essa quantidade.
Em entrevista aos jornais, Márcio Leite explicou que a chegada desses carros ao país foi uma estratégia para evitar o aumento das alíquotas de importação, mas agora há preocupações sobre os efeitos desse movimento no mercado.
O elevado volume de carros, além das importações contínuas da Ásia, pode desestabilizar o mercado, tanto de novos quanto de seminovos, além de retardar o lançamento de novos modelos no país. “O mercado não consegue absorver a quantidade de veículos com essas novas tecnologias”, afirmou Leite. Ele destacou que manter estoques altos de um ano para o outro é uma prática arriscada, e que é necessário um equilíbrio entre oferta e demanda para garantir a estabilidade de preços e a sustentabilidade do mercado.
Impostos e produção local
No final de 2023, o governo federal suspendeu o imposto de importação de veículos híbridos e elétricos até janeiro de 2024. No entanto, para os carros 100% elétricos, a alíquota já começou a ser aplicada, partindo de 10%, chegando a 18% e atingindo 35% em julho de 2026. Os veículos híbridos, que combinam combustíveis tradicionais e energia elétrica, terão alíquotas diferenciadas.
A Anfavea defende que a alíquota de importação de 35% seja aplicada imediatamente para frear a chegada de mais veículos estrangeiros. Leite argumenta que, com a instalação de fábricas de montadoras chinesas no Brasil, como a BYD, na Bahia, e a GWM, em São Paulo, nos próximos meses, o estoque atual é suficiente para abastecer o mercado até que a produção local esteja consolidada.
Desafios para a eletrificação
Embora o aumento das vendas de veículos eletrificados seja uma tendência esperada, Márcio Leite destacou que o domínio desses carros no Brasil não será semelhante ao observado na Europa. Isso se deve, principalmente, à forte presença dos biocombustíveis no país, uma alternativa mais viável para a descarbonização no cenário brasileiro. “Os biocombustíveis são uma força gigantesca no Brasil. Ninguém tem uma rede de distribuição como a nossa, e o país deve focar no que faz bem”, afirmou Leite.
Ele também observou que a infraestrutura de recarga para veículos elétricos tem evoluído, mas ainda enfrenta desafios. O executivo acredita que, apesar do crescimento do mercado de veículos elétricos, os biocombustíveis continuarão sendo uma solução importante para a transição energética no Brasil.
Impacto da reforma tributária
Leite vê a reforma tributária como uma oportunidade para impulsionar o setor automotivo. Ele acredita que a desoneração da produção trará maior competitividade para as exportações de veículos fabricados no Brasil. “A reforma tributária é necessária e trará mais competitividade nas exportações ao reduzir a carga tributária sobre a produção”, explicou.
No entanto, a Anfavea ainda luta no Congresso Nacional para retirar os automóveis da categoria de produtos sujeitos ao imposto seletivo, que incide sobre itens considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. A associação argumenta que essa taxação pode dificultar o acesso dos brasileiros a veículos mais modernos e menos poluentes. “Precisamos acelerar a renovação da frota e a descarbonização do setor, e o imposto seletivo vai contra esse objetivo”, alertou Leite.
Crise energética monitorada
Sobre a crise hídrica que afeta o Brasil, com a baixa nos reservatórios e o acionamento de usinas termelétricas, Leite afirmou que ainda é cedo para prever impactos significativos para a indústria automotiva. No entanto, ele reconheceu que o aumento dos custos de energia é uma preocupação e que o setor está acompanhando a situação de perto. “Ainda não podemos dizer com certeza qual será o impacto para a indústria, mas estamos monitorando o cenário”, concluiu.
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E olha que o ladrãozinho de m… começou no ABC.
A CHINA está cheia de cemitérios de carros elétricos. Agora estão nos empurrando seus refugos.